quarta-feira, 13 de maio de 2009

pESADO cOMO cHUMBO

Logo na juventude, a carreira do guitarrista Tony Iommi – muitos poucos sabem – poderia ter sido encerrada. Após sofrer a amputação de partes de alguns dedos da mão direita (Iommi écanhoto) ficava óbvio que o herói de guitarra heavy teria sérias dificuldade para continuar tocando o instrumento.

Contudo, foi convencido por um amigo a continuar tocando. Ele mostrou a Tony um disco de Django Reinhardt, o músico cigano que tocava soberbamente usando apenas os dedos indicador e o médio. Iommi, então, passou a usar nas extremidades de seus dedos próteses plásticas, com as quais pode tocar novamente.

Na coletiva de imprensa do Heaven and Hell, perguntado sobre a influência que a seminal canção "You Really Got me", do Kinks, teria tido sobre a sonoridade do Black Sabath, o instrumentista despistou. Adoramos os Kinks, mas eles não foram tão seminais quanto outras bandas que nos influenciaram profundamente, como os Yardbirds e o Cream.

Coisas do demo - Os jornalistas presentes também quiserem saber, como de praxe, se o guitarrista conhecia "algo de música brasileira": "Sepultura e Tom Jobim", respondeu laconicamente Iommi. "E Mutantes?", alguém acrescentou: "Se o Geezer não os conhece, nenhum de nós, certamente, não conhece", encerrou o assunto.

A respeito do temível assunto "satanismo", tantas vezes associado à música do Sabbath, o guitarrista explica que tudo é apenas uma questão de identidade: "O que importa é a música. Não fazemos sacrifícos de animais ou imolamos crianças. Não penso no diabo na hora de ouvir música e nem de gravá-la. A música é puramente subjetiva. É atrás dessa subjetividade que as pessoas vão atrás da gente. A música é sempre maior", ensina.

Durante a conversa, porém, Iommi fez questão de botar em um pedestal o mítico guitarrista de blues Robert Johnson. O autor de "Crossroads", esse sim, vendeu a alma ao diabo para tocar melhor. Como já dizia Raulzito, o diabo é pai do rock'n'roll.

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