terça-feira, 1 de julho de 2008

lULA cÔRTES: "sOU uM fACTÓTUM"

Qual importância de Paêbirú pra música brasileira?
Lula Côrtes - Na época em que foi feito, nenhuma. Mesmo após o lançamento, a recepção foi fria. As pessoas não estavam preparadas pro espírito do disco. Paêbirú é um disco de "hoje", na verdade.
Os efeitos do disco foram feitos como?
Côrtes - Se costuma pensar por aí, que a maioria dos efeitos são eletrônicos, quando são, na realidade, panelas com água, pios de caça, vozes humanas, chocalhos de cabra. A introdução que antecede o saxofone de "Segredo de Sumé" é uma corneta de vender picolé. Louco, né?!
O que descobriram de mais preciso fazendo Paêbirú?
Côrtes - A amizade e, depois, harmonia pra continuarmos trabalhando em vários álbuns. Cada qual, após Paêbirú, seguiu seu caminho: Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Lailson, Zé da Flauta e Jarbas Maris.
Quais bandas vocês ouviam?
Côrtes - It's a Beatifull Day, Crosby, Stills and Nash, Tyranossaurus Rex, Neil Young, Captain Beefheart, Grand Funk Railroad, e mais uma penca de coisas…
Alguma obra serviu de modelo pras "loucuras" do grupo?
Côrtes - Os discos que mais influenciaram foram os temáticos: Viagem ao Centro da Terra, Ozzy Bizza, Frank Zappa & Mothers of Invenation. Dos brasileiros, basicamente Mutantes. Foi Duprat que abriu nossas cabeças.
Que tipo de energia tem na Pedra do Ingá?
Côrtes - A energia do mistério, do lendário que ficou no inconsciente coletivo e gerou muitas lendas "mal-assombradas"... Ainda hoje procuro outras formas de energia no local.
O que há de mais revelador em toda essa historia?
Côrtes - Às vezes, se está num lugar tão raro, em beleza e mística, que nem nos damos conta. No som, a fusão do folclore com a abordagem livre, vanguardistas e psicodélica que tivemos.
Depois de Paêbirú, quais caminhos seguiste na música?
Côrtes - O caminho do RPB: Rock Popular Brasileiro. Já trabalho com a banda Má Companhia, de Recife, há 17 anos.
E hoje?
Côrtes - Hoje sou um eterno futucador de coisas, um factótum.

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